quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Amor de Infância

Não sei se eu só te acho fofa, ou se essa vontade de ir adiante é genuína. Você não é o tipo de garota que eu chamaria pra tomar um sorvete na quadra da escola. Nada... Acho que com você eu sentaria com umas canecas de chocolate quente e ficaria olhando para o seu rosto. Com beijo na trave. E ia querer fazer você corar com um beijo arrancado de surpresa pra confundir sua respiração e fazer o seu coração acelerar. É meio que o tipo de garota pra quem eu tocaria umas canções clichês e pediria em namoro numa tarde ensolarada. Mas primeiro eu aprenderia a tocar violão, porque eu ainda não sei. Mas você é de música de amor alegre. De copa de árvore e livro aberto. 
De coração pesado e dentes rangendo - só por esperar algum sinal de comunicação seu que me fizesse mexer os dedos por trás da tela do computador. Você não saberia, mas eu abriria um enorme sorriso. Porque qualquer assunto com você é um beijo de boa noite, e uma dança confusa de quem não liga se eu não sei dançar, e eu até te levaria para alguma casa de praia na garupa da minha bicicleta com flores na cestinha - mesmo que a gente não tivesse a tal cestinha. Eu fico nervoso com cada oi que você me dá, e podem rir de mim. Ninguém entende a minha razão, e nem eu entendo muito bem porque fico gaguejando sempre que você me dá um beijo no rosto. É mais ou menos o tipo de garota que me faria contar pro papai e pra mamãe que eu conheci uma tal garota e que eu vou casar com ela.
De pelúcia no natal e de não saber o que fazer na hora de dar tchau, mas te vejo amanhã, hein. De não deixar ninguém chamar de namoradinha porque isso desclassifica o meu amor, e de enraivecer sempre que alguém disser que a gente é só criança. No amor todo mundo tem a mesma idade. Seja com meus 12 anos ou com uns 30. Eu tenho certeza que me apaixonaria por você mesmo se eu fosse um daqueles mocinhos desastrados de filmes que cruzam bares e beijam a garota errada enquanto a garota certa vê tudo e vai embora chorando. Provavelmente, eu seria o cara do táxi, porque é ele quem sempre te leva pra casa.
Eu seria aquela sua almofada de tartaruga, porque é bem a minha cara pedir pra minha irmã comprar algo assim pra te dar no seu aniversário. Eu meio que seria o seu melhor amigo por quem você se apaixonada - mas eu não quero esperar um filme inteiro para isso. Você é o tipo de garota em quem eu colocaria um anel de biscoito no dedo e mostraria pros meus amigos. E acho que você continuaria rindo e me dizendo que a gente é novo demais pra isso tudo, e que amor igual aqueles livros é só quando a gente crescer. Mas você é de fazer o tempo passar rápido, porque coisas boas fazem o tempo voar. Seja aqui na sua casa ou no parquinho.
Será que a gente vai ser como duas partes de uma ponte suspensa ou será que vão nos deixar ficar juntos? Acho que quando eu crescer, eu vou querer ter você. Você é de apertar as bochechas e rir porque eu ainda tenho dentes de leite. De mandar cartinhas e me esconder atrás da cadeira esperando você ler. De dizer pra todo mundo que é amor, e o mundo todo acreditar. 
De soletrar o seu nome pra moça das flores e perdi para que ela entregasse esse cartão junto delas.
De esperar uma resposta pra saber se você gostou ou se era melhor ter mandado chocolates ou jogos de videogame ou outra coisa qualquer. Você é o tipo de garota que é meu tipo.
De estar aqui. 
De estar comigo. 



Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente de minha autoria)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Eu Nunca Gostei de Muffin de Banana

Nunca gostei de muffin de banana. Aliás, eu nunca gostei de nenhum daqueles bolinhos mal feitos da cafeteria que você gostava de ir. Mas eu te levava só ver você sujando os lábios de chantili. Pra ver seus dedos se sujarem de sorvete ou da calda do brownie de avelã e poder olhar pra você levantando a mão len-ta-men-te até a boca.
Você nunca soube que eu tinha um lugar preferido ali - e só era preferido porque era nosso. Que o sol batia levemente no seu rosto e que parecia sempre a primeira vez que eu te via quando seu rosto se iluminava e você levava seu dedo suja á boca. Que você parecia uma criança feliz e que toda a insegurança do mundo ia embora naquele momento.
E nem era nada demais. É só que o mundo com você era mais seguro. 
Eu gostava mais do cinco minutos com você na cama. Dormindo mesmo. A sua mania invasiva de colocar o peso das pernas - e não do mundo - em cima de mim era reconfortante. "Você nunca vai estar sozinho" era o que seu corpo me dizia. A respiração pesada e nada ritmada me deixava assustado e eu já passei noites sem dormir pra garantir o seu sono bom. 
E nem era nada demais. É que você era o meu sonho bom, e eu nem precisava estar dormindo pra isso. 
Quando a gente discutiu sobre a minha música favorita dos Beatles, ou sobre a calça amarela que eu iria usar em alguma festa, ou sobre o tamanho da sua roupa e a cor do seu cabelo naquela idade, eu só sabia discordar. É que você precisava sempre de um contraponto pra argumentar comigo, e me mostrar que sua inteligência teria me atraído ainda que eu não pudesse ter visto nenhum dos seus sorrisos - o que seria uma pena. Eu te deixava irritada porque, na verdade, eu sou um garoto de doze anos num corpo de um homem. A barba é só um disfarce pra não entregar de bandeja que você me desorienta. E que não tem manual de instruções - nem meu, nem seu - que dê jeito nesse desconstrução gostosa de rotina que a gente tem. Ou tinha.
E nem era nada demais. É que com você eu sou eu e mais mil outros eu's. 
Que era pra te agradar e te contrariar. Pra tentar ser tudo o que você precisava em mil e uma noites. Que os meus melhores textos são sobre você - e que as minhas maiores confissões envolve o que é nosso e o que ninguém mais sabe. Nem você mesma. Você nunca soube que eu matava a saudade de guardando em caixas, E que meu armário era montado com partes do que a gente foi e viveu. Que eu sei o seu cheiro de cor e salteado. Eu sinto de vez em quando no meu quarto. Mesmo que você não esteja lá. 
Você nunca soube que eu te trago pro presente. E não há passado que realmente tenha passado e te deixado pra trás. Que a minha linha do tempo só trata de você em modos únicos e imperativos. E que não há pedido ou ordem que tire o seu lugar suspenso do tempo na minha história. Que eu te resgate em tudo desde as fotos aos cheiros. Desde as cartas que eu escrevo, empilho e não envio. Desde os sorrisos repuxados pelos cantos, espaçados no acaso, que são mais involuntários do que aquilo que eu sinto por você. E cada sensação minha tem um pouco de você. É que você sempre me deu nó. 
Um dia você me perguntou "Como vão falar de amor sem mencionar nós dois?". E me disse que eu nunca chegaria a uma definição exata nem parcial de definição alguma.
O que você nunca soube é que eu escrevi essa carta pra falar de amor. E acabei não achando um jeito melhor do que falando de nós.


Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente de minha autoria)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Não Me Importo Se Era Junho ou Julho

Eu não me importo se era junho ou julho, só sei que seu cabelo era enrolado e caia na testa. Você tentava soprar e embaçava os óculos. Nublava tudo, mas eu ainda te via. 
Não me importo se eu usava capa de chuva ou se escorreguei na esquina da quinta com a dois-três-oito, All Star sempre derrapa, cê sabe como é. Eu cai de bunda e molhei a calça: você riu e eu fiquei brava, mas tão brava, que eu te pedir pra segurar as coisas pra eu entrar no shopping e concertar o estrago. Por mais escuras que estivessem as nuvens, o tempo não fechou.
Foi ai que o mundo caiu lá fora, e eu reparei que você tinha sardas. Senti frio e você me deu seu casaco. Como a gente faz quando descobre alguém que a gente não conhece dentro de um conhecido? Eu tava redescobrindo você ou te lançando aquele olhar, aquele que mostra alguma coisa diferente. E então você me puxou para sair na chuva.
Nota: era um shopping, numa terça-feira, a gente tinha acabado de sair da faculdade e eu tava de vestido. Correr pelas poças iria fazer minhas pernas virar uma mistura de lama e água de rua, tirando os livros que estavam na bolsa, tirando a previsão de gripe. Você era mais alto que eu e mais rápido, e os seus cachos iam cair todos na sua cara e nos seus óculos, iam tampar sua visão. Mas eu fui.
Tem um momento em que tudo muda. E foi no momento em que eu tropecei numa lata de lixo tombada e ia cair de cara numa daquelas poças imundas enquanto corria para fugir da chuva. Teve um momento em que eu não sabia se iria conseguir segurar a bolsa, se morreria sufocada com o capuz do seu casaco, se o tombo iria me quebrar o nariz ou se eu chegaria em casa sem uma pneumonia. 
Foi na hora que você me segurou e eu fui contra seu corpo. Na hora em que minha mão derrapou e encaixou na sua. Na hora em que dois carros buzinaram e a gente não saiu da frente. Foi ali, no meio da chuva, que eu reparei em como você é bonito sem óculos e em como meu corpo se encaixa no teu. Foi ali que eu reparei no abraço, no rosto molhado, nos cachos caindo em caracóis pela testa e no sorriso desconcertado. Foi ai que eu vi você.
Eu não me importo se era junho ou julho, só sei que seu cabelo era enrolado e caia na testa. Você tentava soprar e embaçava os óculos. Chovia muito, mas eu ainda te beijei.
Mesmo com o tempo fechado, eu te via. E num céu cheio de estrelas eu encontrei você! 


Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente de minha autoria)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ouvi Dizer

Ouvi dizer que ela não retornou suas ligações. Uma hora da manhã de um domingo inteiro de silêncio, sem qualquer sinal dela, e você percebeu: ela tinha se tornado uma dessas garotas que, um dia, acordam e não querem mais. Provavelmente, depois de avisos e olhares que ela desviou no meio de um jantar romântico de sexta e que você resolveu não perceber. Depois de você ter entregado tudo, se desmanchado inteirinho pra aprender a amar de novo, até que ela resolveu pular sem nunca ter avisado: ó, não se apaixona por mim que eu posso causar grandes estragos ai dentro. Do jeito que ela causou em você.
Ouvi dizer que, de todas as pessoas do mundo, você esperava que ela soubesse. Porque cê contou tudo pra ela: todas as feridas, todas as quedas, todas as vezes que você achou que achou que era amor e não era nada. Ela devia saber o tanto que você tava colocando a mão no fogo ao tentar se entregar de novo. Mas é que ela não tava preparada pra se prender. É que não era a hora certa. É que ela tinha outros planos. Planos que não incluíam você.
Ouvi dizer que doeu quando você percebeu. Trezentos e quarenta e nove dias depois, mas você percebeu. No fim, ela era só uma dessas garotas não-apaixonáveis, que pulam fora quando a coisa começa a ficar séria demais. Do tipo que você conhece em uma balada de sábado e que talvez até te ligue, talvez até convide para sair, talvez até finja que queira alguma coisa a mais. Mas que fica só nisso: uma pessoa que "talvez-até-que". Talvez ela até que tenha te amado, mas nunca quis confirmar que era amor.
Ouvi dizer também que acontece sempre. A gente acha que era amor muitas vezes até finalmente ser. Mas talvez a gente até aprenda alguma coisa quebrando a cara. Talvez, pelo menos, a gente aprenda á fingir para os outros que é amor sem amar.
Ouvi dizer que ela quebrou seu coração. Inteirinho. Te deixou destroçado, chorando. Casa quebrada, você achando que não tem concerto. Mas tem. Porque ouvi dizer que, ainda que a gente ache que essa merda de amor não é pra gente, que a gente devia desistir da palhaçada toda, que devia era fechar o coração para balanço, uma hora acontece: a gente se entrega de novo. Talvez um dia você acorde e pronto: você consiga se apaixonar por alguém de novo. Quem sabe até, depois que passar, você consiga ver.

Porque, ouvi dizer que... um dia eu também me apaixonei... por você!


Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente da minha autoria)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Vai Ser Ele

Talvez tenha sido pelo arrepio que ele me causou no primeiro beijo. Me falara uma vez que pessoas que causam arrepios quando a gente sorri merecem moradia no peito. E ele invadiu o meu. Sem pedir licença, sem jeitinho educado, sem por favor, sem perguntar se o lugar tava vago, se tinha espaço na minha vida. Não tinha. Mas quando é que o amor obedece a gente?
Acho que eu soube que era ele quando ele preferiu horas de conversa em um boteco meia boca a um restaurante chique com vista da cidade toda. Tem alguma coisa de interessante em gente que abre mão de quase tudo por uma bebida e um bom papo, não tem? Foi justo no meio da nossa conversa que passou pela minha cabeça pela primeira vez: Vai ser ele.
Minhas amigas viviam me perguntando porque ainda não tinha sido. E, sei lá, falta de timing, falta de química, falta de vontade. Tem sempre uma explicação pra quando não é. O difícil é achar justificativa pra quando passa a ser. Não sei, acho curiosa a forma como a gente se apaixona por outra pessoa no meio de milhares de outras.
Um dia cê olha e ferrou. Não tem volta.Você se arrisca a cometer os mesmos erros torcendo para que dessa vez dê certo. Que as coisas saiam melhor que o planejado. Que cês não se matem nos dias de tpm ou nos dias em que o time de um dos dois perder. Você lista mil razões pelas quais não deveria ser, e você tenta lembrar de todos os defeitos. Nada. Cê olha e continua pensando: Vai ser ele.
Vai ser ele que nem um tufão por aqui. Vai ser ele sem calma, sem tédio, sem mesmice ou silêncio incômodo. Vai ser ele sem motivo, sem espaço e sem tempo pra isso. Vai ser ele causando arrepios em todos os beijos. Agora, daqui a pouco e mais pra frente.

Vai ser ele.

Aliás, já é!


Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente de minha autoria)

domingo, 14 de fevereiro de 2016

O Que Eu Sinto Por Você

Eu te vejo aflita quando se trata dos meus sentimentos. Morde os lábios e fica com os olhos cheios de lágrimas porque ainda não me ouviu dizer que te amo. Não se preocupe, pequena. Eu sou fechado mesmo, mas aqui dentro, tudo é seu. Prefiro que minhas ações falem por mim, porque tenho medo de morder a língua de novo.
É que o meu tipo de amor é diferente do seu, que cresceu vendo as princesas da Disney e, querendo ou não, ainda carrega a inocência dos contos de fada. Não acho isso uma coisa necessariamente ruim, mas te faz esperar o tal príncipe encantado - o que pode me deixar abaixo das expectativas. 
Olha, pequena, dentro do meu abraço, eu espero que você perceba que eu sou louco por você. Muito mais além do que qualquer forma verbalizada poderia expressar. E esse sou eu, no meu modo mais intensivo, tentando fazer você feliz. E eu sei que isso é difícil, mas peço que tente perceber a diferença gritante do meu antes e depois de você. 
Percebeu? Notou como, com você, eu rio mais para o mundo e que eu não sou mais tão quieto num canto?
É isso que você faz comigo: Uma pessoa melhor, mas eu não saberia falar isso sem gaguejar ou trocar as palavras, me atrapalharia todo. Por isso, deixo os meus beijos te mostrarem como te quero. E os meus olhos tem a função de dizer que eles são só seus.
Eu te amo com tudo de mim, pequena. É um amor genuíno, acredite.

Concreto.

Forte.

Eu só não sei dizê-lo.


Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente de minha autoria)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Ah, Se Ela Soubesse

Ela se acha feia enquanto se olha da cabeça aos pés com o maior olhar de reprovação que já se viu no mundo. Ah, se ela soubesse que quando aparece na minha frente é como se ligassem um holofote e apagassem todas as outras luzes do mundo. Ela tem aquilo que toda mulher tem antes de sair de casa: insegurança pré-encontro. Diz que não tem roupa nenhuma pra usar, se joga na cama bufando pelos cantos e se irrita ao ponto de chorar por se sentir gorda e descabelada. Se ela soubesse que top model nenhuma tem as curvas perfeitas dela que se adaptam ás minhas mãos no momento em que ás cócegas a fazem sorrir de felicidade...
Ela me pergunta o que eu acho dela. E se eu fosse sincero demais, talvez ela não acreditasse. Que mulher vai acreditar que eu a vejo como a coisa mais importante do mundo? Pode soar falso quando a gente fala verdade demais. É preciso medir as doses e aplica-las em pequenas quantidades de tempos em tempos. Ah, se ela soubesse o quanto seus olhos refletem a vida que eu quero ter um dia e como seus lábios me chamam com paixão e ternura de um modo que eu me perderia em tudo o que ela dissesse com atenção e devoção. Ela brinca de cirando com meus olhos. Pra lá e pra cá enquanto eu espero pacientemente pelo seu ritual de preparo para um jantar qualquer. Uma hora, duas horas e nem me importo mais se teremos que comer um cachorro-quente na esquina. Ah, se ela soubesse o quanto eu gosto de puxar os cabelos dela e sentir o cheiro deles de manhã cedo quando acordo...



Obs: Acervo Pessoal (Textos que recolho pela internet, não necessariamente de minha autoria)